
Essa história tem safadeza e final feliz • Conto Sáfico 🏳️🌈
- Draakhnys

- 26 de nov.
- 13 min de leitura
Essa história tem safadeza e final feliz...
Aquele dia não era um dia qualquer.Nixy saiu com seus últimos trocados para dar um fim em tudo. Não sabia como fazer. Não tinha dinheiro suficiente para comprar uma arma, não tinha coragem suficiente para enfiar uma faca em seu peito ou pescoço, menos coragem ainda para cortar seus braços corretamente. E após três tentativas de suicídio, Nixy havia prometido a ela mesma que na próxima vez ela faria para dar certo.
Muitas pessoas tolas pensam que suicidas são pessoas fracas. Eu diria que são apenas pessoas cansadas e sensíveis demais para um mundo onde todos acham normal “ferir o outro” como uma forma de autoproteção. Nixy teve uma vida que, para muitos, superficialmente não tinha do que reclamar: sempre teve um teto sob sua cabeça, sempre teve uma cama quentinha, sempre teve comida para comer, nunca foi espancada, mas já foi estuprada, já sofreu anos de abuso psicológico, todas as suas relações eram um fracasso, perdeu a pessoa que ela mais amou e mais sonhou em ter: sua filha; doeria menos se tivesse sido para a morte. Os fardos das experiências que Nixy carregava se tornaram insuportáveis, pois tudo que ela via e vivia era a dor do mundo; os momentos felizes e leves eram raros. Mas a gota d’água começou quando Nixy precisou voltar para a casa de sua mãe, uma criatura asquerosa que na frente dos outros se mostrava uma pessoa amorosa e dedicada, mas na intimidade do lar se revelava uma víbora tóxica que sempre fazia Nixy alternar entre culpa ou se sentir um lixo. Na noite anterior, sua mãe “fez um teste”, isso era frequente, assim como as mentiras e manipulações que fazia. Sua mãe comentou que alguém havia morrido, alguém que não tinha sido legal com ela, alguém que não era importante para a mulher, e Nixy não ficou triste, mas exalou deboche apenas; não ficou feliz e nem triste, pessoas morrem todos os dias, não é mesmo?!
Mas isso já foi o suficiente para gerar mais um rombo em seu coração. Esse laço do passarinheiro era ardiloso e maldoso, estava sempre criando problemas, e quando percebia que Nixy estava com dificuldades a ponto de não conseguir ir embora, a víbora da sua mãe fazia a farra, falando tudo que podia, sem se importar com o quanto magoaria Nixy ou a prejudicaria, julgando, cobrando por ter dado a vida para Nixy. Mas a víbora era tão suja, ingrata e injusta que esqueceu que essa mesma pessoa a libertou de um marido que a batia pior que uma cadela. Nixy era uma criança de cura, e mesmo antes de nascer levou força para quem deveria amá-la e cuidá-la, mas que com o passar dos anos se tornou apenas uma posse. Com o deboche de Nixy, num momento em que ela já não estava se sentindo bem ou feliz com a vida que estava levando, sua mãe apenas diz:
· “Você é uma coitada por desejar o mal dos outros...”
E mais um blá blá blá moralista que nem mesmo aquela víbora seguia.Mas a palavra “coitada” entrou como uma flecha no coração ferido de Nixy. Ela já estava se sentindo muito frustrada por estar morando com a mãe tóxica depois de ter conseguido morar sozinha, mobiliar a casa sozinha, sem precisar enganar ninguém, sem precisar usar ninguém ou se sujeitar a machos nojentos para conseguir. Nixy, desde seus 10 anos, cresceu ouvindo:
· “Não está feliz?! Aluga uma casa pra ti...”
E depois que ela finalmente conseguiu,ter esse retrocesso a quebrou a ponto de ela entrar numa depressão profunda. Se qualquer pessoa falasse algo desse tipo para Nixy, ela não gostaria, isso é meio óbvio , mas não teria tanto peso e dor como ouvir isso da própria mãe, mesmo que ela seja uma víbora desgraçada. Racionalmente, é fácil compreender que uma pessoa que sempre foi egoísta, imatura e destrutiva não deve ser ouvida, nem levada em consideração. Mas emocionalmente, é doloroso aceitar que uma pessoa que nunca deu de fato um amor acolhedor e nutritivo é tão perversa a ponto de sentir prazer com a dor de alguém que não apenas viu nascer, mas colocou no mundo. Nixy nunca soube o que realmente era o amor, mas posse, controle, mentira, manipulação e afins ela sabia bem...
Nixy passou a madrugada chorando, precisando colocar o travesseiro na boca para abafar o grito que ecoava de seu coração quebrado. E depois de muito chorar, apenas sentir a dor de mais um abuso gratuito, a única coisa que ela se dizia:
· “Isso é mentira, eu não sou coitada... eu devolvo ao remetente com consciência anexada agora... eu não sou coitada, eu não sou coitada, eu não sou coitada... eu preciso acabar com isso agora.”
Nixy conseguiu parar de chorar e dormiu,mas seu coração doía muito. E quando acordou, tentava motivar os outros a acreditar que algo bom pode acontecer, mas ela mesma já não tinha mais forças para receber pancadas da vida. Se curar sozinha, lutar para se levantar sozinha, é o mesmo que um médico tentar fazer a cirurgia em si mesmo num ferimento que o deixa entre a vida e a morte, isso não faz sentido. Naquela manhã, ela estava decidida a fazer dar certo. Ela queria morrer, pois na verdade ela já estava morta por dentro; seu coração, sua cabeça não aguentava mais aquela vida de merda que ela vivia, ainda que ela tivesse lutado por anos para sair do modo de sobrevivência, cada relação a mantinha nisso. Depois de muito tentar, orar, pedir ajuda e não ter resposta, ou ter respostas insignificantes, Nixy não via mais sentido em viver. Ela apenas saiu sem rumo, não sabia o que faria ou como aconteceria, estava torcendo para sofrer alguma violência, reagir e ser morta.
Nixy entrou numa loja. Enquanto caminhava pelos corredores distraída e com seus olhos marejados, de repente sentiu uma delicada mão em seu ombro:
· Moça? Você pode me ajudar?
Nixy se virou e viu uma linda mulher.Ficou encantada por ela e, como Nixy sempre foi muito prestativa, imediatamente se dispôs a ajudá-la.
· Sim, o que precisa?
· Você pode pegar aquele pacote ali em cima?
A mulher era baixinha e encantadora. Nixy pegou o pacote solicitado, entregou e quando estava se preparando para sair...
· Obrigada, mas qual é o seu nome?
· Nixy...
· Que nome diferente! Gostei, prazer, meu nome é Mariana, mas pode me chamar de Mari.
Mariana estendeu a mão em direção a Nixy para cumprimentá-la.Nixy, sem jeito, estendeu a mão e a cumprimentou:
· Prazer é meu!
Mari olhou fixamente nos olhos de Nixy:
· Seus olhos são tão lindos. Estou indo tomar um café e sou nova na cidade, você quer me acompanhar?
Nixy sentiu algo diferente no momento que colocou os olhos em Mari, não era só tesão, era algo além que ela não sabia explicar. Mas ela estava determinada a colocar um fim em tudo e não aceitava que nada a desviasse do seu caminho:
· Infelizmente eu não posso, tenho um compromisso agora, mas aqui perto tem uma cafeteira ótima, e eles fazem um frapê maravilhoso, fica a duas quadras daqui.
Mari sorriu:
· O mesmo muro que te protege é o muro que te aprisiona, e nós duas sabemos que você está livre, não é mesmo?
Nixy ficou em choque e sem reação por um segundo,sentiu um arrepio nas costas e ficou completamente desconcertada, pois essa frase fora a mesma que ela aprendeu e falava para as outras pessoas. Nixy virou-se e com um semblante que mesclava tristeza e surpresa, apenas colocou a mão nas costas de Mari:
· Eu vou te mostrar onde fica...
Nixy e Mari caminharam juntas até a cafeteria e conversaram sobre lugares interessantes na cidade,com dicas e afins. Elas chegaram na cafeteria e, quando sentaram para conversar, perceberam que tinham muitas coisas em comum, que iam desde o gosto por comida até o gosto musical. Mas por um breve momento Nixy sentiu medo, medo de ter esperança novamente e ter mais uma espada fincada em seu coração que já estava virando em pó. Pediu licença, levantou-se e foi ao banheiro. Nixy chorava a soluçar, mas colocava seu casaco na boca para abafar o choro. Então ela ouviu a porta abrir. Ela respirou fundo e saiu. Enquanto lavava o rosto e tentava disfarçar os olhos vermelhos, ela viu Mari e, sem dizer uma palavra, Mari a abraçou. Era disso que Nixy precisava naquele momento. Não foi qualquer abraço, foi um abraço apertado de afeto, conforto, acolhimento. Nixy não conseguiu segurar e começou a chorar. A única coisa que se ouvia era o choro. Mari não disse nada, apenas a confortava, acariciando suas costas de cima pra baixo. E conforme o peso no coração de Nixy suavizava, ao sentir o cheiro e o toque de Mari, Nixy começou a ficar excitada. Então, nesse momento, ela deu um passo para trás e agradeceu. Antes que Nixy pudesse dizer qualquer coisa, Mari fez um convite:
· Eu estou ficando aqui perto e gostei muito de você. Vem comigo, sei que você precisa conversar e eu quero te ouvir, e não aceitarei um não como resposta, ok?!
Nixy deu um sorrisinho de canto de boca e sentiu um enorme desejo de beijar Mari,mas apenas aceitou e acenou com a cabeça concordando. Já era fim de tarde. Elas passaram por mais alguns lugares e depois foram para o apartamento de Mari. Pela gentileza de Mari, Nixy se propôs a cozinhar, algo que ela amava fazer. Mari abriu uma garrafa de vinho suave e serviu uma taça para Nixy e outra para ela. Mari então pegou uma faca:
· Me dá um espaço que eu vou te ajudar, e nem adianta dizer que não precisa!
Nixy sorriu e ficou em silêncio por um momento,encantada por Mari. Ela não era apenas bonita, inteligente ou muito parecida com ela, ela tinha algo que Nixy ainda não sabia como nomear, mas se sentia como nunca havia se sentido antes. E ao mesmo tempo que tentava controlar o que estava sentindo e pensando, era inundada por sensações que, na verdade, ela não conseguia controlar. Nixy nunca havia cozinhado com alguém, na verdade, essa era uma fantasia que ela tinha: de cozinhar com o seu amor. Em meio aos cortes e temperos, Mari e Nixy conversavam, riam, dançavam, bebiam e, num esbarrão proposital de Mari, o primeiro beijo aconteceu. Mari queria beijar Nixy desde o primeiro momento que a viu, mas havia sentido que ela não estava bem e teve sabedoria em ler a Nixy, não para usar suas dores e fraquezas contra ela, como todas as outras pessoas fizeram, mas para enaltecer tudo que a Nixy tinha de bom que estava abafado pela vida difícil que ela levara. Nixy estava machucada e cansada, mas continuava sendo uma pessoa incrível.
O beijo de Mari era doce e suave, suas mãos pequenas tocavam o rosto de Nixy com delicadeza. Nixy a envolveu em seus braços e a beijou intensamente, dando-lhe leves mordidinhas nos lábios. Nessa hora, o forno apitou e a água da panela derramou, pausando o momento delas. O jantar estava quase pronto. Elas se entreolharam e sorriram. Mari e Nixy finalizaram os preparativos para o jantar e puseram a mesa, tudo em conjunto como um verdadeiro trabalho em equipe. Mari foi até seu quarto e voltou com algumas velas aromáticas e incensos, acendeu algumas delas e apagou as luzes. Todo o apartamento estava sendo iluminado somente por elas, enquanto tocava música ao fundo. Elas jantaram, lavaram a louça juntas e não pararam de falar e rir por um momento sequer. Sentaram no sofá e continuaram bebendo. Nixy estava feliz, e Mari estava feliz por ver que a tristeza nos olhos dela tinha sumido:
· Mari, você é maravilhosa e a única coisa que eu posso fazer é te agradecer pelo dia de hoje e...
Mari a interrompeu,colocando sua delicada mão na boca de Nixy:
· Eu vou tomar banho, vem comigo...
Mari levantou-se,tirou a roupa, estendeu a mão e a puxou. Nixy ficou mais envolvida do que já estava, apenas levantou-se e a acompanhou. Mari beijou seus lábios e começou a tirar a blusa de Nixy, e as roupas que estavam em seu corpo caíram no chão aos poucos.
Nixy estava hipnotizada com Mari, era algo que ia além de sua beleza física. Mas ela não queria pensar e racionalizar; ela se permitiu apenas sentir. Enquanto Mari ensaboava Nixy, Nixy ensaboava Mari. Entre beijos e toques, a água percorria seus corpos, o box embaçado apenas pelo vapor da água... Nixy pressionou Mari contra a parede, beijando e mordendo seus lábios, beijando seu pescoço, descendo e beijando seus seios, enquanto acariciava seu corpo. Desceu, beijando sua barriga, parou... olhou para Mari e mandou que ela levantasse a perna. Ela apenas obedeceu. Nixy beijou seus lábios e a chupou, sentiu seu gosto doce, enquanto ouvia e sentia Mari se contorcendo de prazer, enquanto sua língua nervosa explorava a bucetinha doce de Mari. Mari gemia de prazer e teve seu primeiro orgasmo, e suas pernas tremiam. Não satisfeita, Nixy levantou-se, olho nos olhos de Mari, e a beijou fogosamente, enquanto acariciava seus seios e descia com os dedos para a segunda rodada de orgasmos, mas Mari a interrompeu... Mari agachou-se e beijou Nixy de baixo para cima, e apenas colocou os dedos na buceta de Nixy, colocou os dedos na própria boca, beijou Nixy e estimulou seu clitóris para beber de seu mel.
Mari colocou um roupão em Nixy, vestiu o seu e saiu do banheiro. Foi novamente até seu quarto, enquanto Nixy voltava para a sala. Mari preparou um fino para elas fumarem juntas. Nixy apenas riu:
· Você é safada...
· Na medida certa para você, Nix. – com voz sexy e suave.
De roupão, elas caminharam até a varanda e avistaram uma belíssima lua cheia. Mari abraçou Nixy, a beijou e olhou em seus olhos:
· Fica comigo, namora comigo, casa comigo. Você é tudo e muito mais do que eu sempre quis, eu quero você.
Nixy ficou em silêncio,surpresa. Pela primeira vez em muito tempo, ela via a si mesma em outra pessoa, não apenas via, mas sentia. Toda aquela franqueza e intensidade que ela mesma tinha. Nixy abraçou Mari e, com os olhos encharcados:
· Você é que é maravilhosa, linda por dentro e por fora, você é perfeita pra mim e faço das suas as minhas palavras. Mas estou toda enrolada, fodida, mal paga e não tenho nem onde cair morta, você não merece...
Mari,enraivecida, interrompeu Nixy:
· Não ouse se sabotar desta maneira e nem dizer que eu não te mereço. Que tipo de pessoa eu seria por não te aceitar, não querer ficar com você por causa dos problemas que você está passando? Como você pode pensar isso de mim?
· Mari, meu amor...
Eu quero ficar com você...
Mari a interrompeu novamente:
· Está feito, você já me deu a resposta que eu queria. Eu sou sua e você é minha. Como você ainda não entendeu que eu vim para ficar?!
Nixy não conseguia falar nada.Ouvir o que ela falou tantas vezes para pessoas que não a mereciam lhe causou um choque, e ela tinha apenas duas opções: deixar os fardos do passado estragarem ou aceitar que essa poderia ser uma grande oportunidade de finalmente ser feliz. Nixy não disse nada, apenas abraçou Mari. Era isso que Nixy sempre quis ouvir e ver: alguém que a quisesse e apenas se jogasse, sem joguinhos, sem manipulação, sem enrolação. Sempre sabemos quando queremos alguém, isso é relativamente simples.
Mari pegou a mão de Nixy e caminhou com ela até o quarto, jogou Nixy na cama, tirou seu roupão e montou nela. Mari beijou seus lábios intensamente e os mordeu, desceu pelo seu corpo dando leves mordidinhas e beijinhos em seu pescoço, seios, barriga... Mari abriu as pernas de Nixy, lambeu e chupou sua buceta, lambuzando sua boca e inebriada pelos gemidos de prazer de Nix. Era tão doce e macia que ela só sabia querer mais. Mari havia entendido que, para dar prazer a ela, deveria fazê-lo de forma intensa e contínua; com sua língua e dedos a estimulava. Mas aquilo não era suficiente, Mari queria mais. Mari abriu suas pernas e encaixou a sua doce bucetinha com a de sua amada. Ela apenas esfregou, esfregou com força enquanto a beijava fogosamente, até que sentiu o primeiro orgasmo de Nixy junto com o dela. As duas gemeram em êxtase, e apenas riram e sorriram.
Nixy a puxou para deitar ao seu lado. Beijaram-se e, depois, uma do lado da outra, olharam para o teto e ficaram em silêncio de mãos dadas. Não havia mal-estar ou insegurança de nenhuma das partes com o silêncio, era um lugar de paz e aconchego. Sem pressa e alguns minutos depois, levantaram-se, serviram vinho e foram para a varanda terminar de fumar, tudo em silêncio. À luz da lua, Mari tocou no assunto:
· Só me escuta, por favor. Eu sei o que você ia fazer, eu senti sua dor. E a verdade é que, se você não tivesse aqui, a gente nunca mais iria se ver. E eu não quero um dia receber a notícia de que você conseguiu. Não só por isso, mas também por isso: vem morar comigo?! Sim, eu sei que você está numa situação complicada e eu vou te ajudar com isso. Eu sinto a sua capacidade e confio em você. Aceita, vai?!
Nixy olhou com ternura para Mari e ficou mais uma vez sem palavras. Sentou-se e a puxou para sentar em seu colo:
· Tudo bem, mas vamos esperar uns dias para ver se você não desiste – com um sorriso debochado nos lábios.
Mari não gostou do comentário,ainda que tenha entendido que foi de brincadeira:
· Não fala mais isso, ok?!
Nixy concordou com a cabeça,e elas continuaram a noite entre risos, orgasmos e planos até adormecerem. Pela manhã, Mari acordou com o café pronto e, antes de ir trabalhar, levou Nixy em casa. Quando a mãe de Nixy a viu, apenas fez o que sabia fazer de melhor: infernizou.
· Onde você estava? Tu não moras sozinha? Essa é a minha casa e aqui tem regras?...
E todo aquele blá blá blá que não tinha a ver com preocupação, era apenas controle, possessividade e um vazio que ela achava que os outros deveriam preencher. Nixy percebeu que as palavras de Mari seriam um fato, mas resolveu esperar mais uns dias antes de ir embora. Mari falava com Nixy todos os dias, não apenas para saber como ela estava, mas trabalhando na conexão delas, não por posse, ciúme ou controle, mas por apreço e cuidado. Mari entendia e sabia bem o que Nixy estava passando, e sabia que precisava provar com atitudes. Mas Mari não era boba, era uma pessoa altamente intuitiva que já sabia que Nixy não era um “perigo” para ela. Com o passar dos dias, Mari foi ajudando Nixy através dos contatos que tinha. Quando fechou uma semana que elas haviam se conhecido, Nixy foi morar com Mari, e ela foi se fortalecendo e se levantando aos poucos. Mari apoiava ela em seus projetos, dava dicas e feedbacks, ajudando e orientando, além dos demais suportes. Não havia comportamentos nocivos entre elas , era apenas parceria e cumplicidade. Os anos foram se passando. Nixy conseguiu se tornar a profissional que almejava ser, enquanto Mari cresceu muito mais, prosperou. Elas até abriram um negócio de sucesso juntas. Eram parceiras de vida e de negócios; a conexão entre elas se fortalecia a cada dia. Elas se entendiam, se respeitavam, se apoiavam sem julgamentos, mas com acolhimento. Mais de 30 anos se passaram, até que, numa noite, Nixy deitou em sua cama. Mari lhe ofereceu uma taça de vinho e, quando voltou para o quarto, viu sua amada com os olhos fechados:
· Já dormiu, amor?
Nixy não respondeu. Mari percebeu que ela não estava respirando e começou a gritar e chorar desesperadamente. Ligou para a emergência. Quando eles chegaram, em questão de minutos, abriu a porta correndo e Nixy foi dada como morta. Mari ficou desolada e chorou copiosamente. Os paramédicos tentaram acalmá-la, mas se afastaram a pedido dela. Mari deitou no peito de Nixy:
· Eu te amo, sempre vou te amar e não posso viver sem você. Me leva junto contigo, por favor – aos prantos, Mari repetiu várias vezes.
O choro cessou e tudo que há no quarto agora é o silêncio.Os paramédicos acharam aquilo estranho e caminharam até o quarto. Quando chamaram por Mari, ela não respondeu. Olharam seu pulso e nada. Mari se fora junto com a sua amada.
🪶Draakhnys







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